Percorrendo entre o finito e o infinito. Rolando morro abaixo nas colinas da vida. Sujando-me de barro. Limpando-me com água da chuva. Respiração ofegante. Caminhando sobre as margens. Navegando sobre o rio da alegria. Esparramado sobre a pedra mais alta do mundo apenas “fotossintetizando”. Pensamentos livres. Corpo leve. Somente eu e a brisa, suave como o balé das nuvens. Perdido na imensidão azul. Seguindo o rastro do arco-íris. Imergindo na galáxia. Viajando no espaço. Ultrapassando o tempo. Avançando anos luz. Conhecendo novas civilizações. “Enculturando-me”. Enriquecendo-me. Enxergando as pessoas mais baixas. Vendo tudo mais de cima. Colhendo frutos na horta das estrelas. Coberto por poeira cósmica. Engolido por conhecimento. Posto para ferver na sopa dos sentimentos. Flutuando na lua. Voando em alta velocidade com os meteoros. Nos olhos um fino espelho d’água acobertando-os. No fino espelho d’água o reflexo azul e verde. No azul e verde uma história, um passado, uma vida vivida. Aqui e agora um momento concentrado que se dilui a base de amor e gratidão. Impressionando-me com a sincronia do universo. Sendo um ser intergaláctico. Apoderando-me de palavras e lembranças. Descobrindo o que é ser sábio. Nadando na ausência da gravidade. Desafiando os meus pulmões. Superando o meu cérebro. Desenvolvendo minha percepção. Tornando-me mais exigente. Vivendo no mundo da minha criatividade. Sentado escrevendo no mundo real. Contente e sorrindo aonde quer que eu esteja.

(Foto: Holga 135BC - caminhando na direção dos meus pensamentos)


