(Foto: Zinga Bay, Outono 2010 - por Mounique Atherino) Brisa brisante briseia em meus parabrisas. Vento ventante venteia em meus ventíolos. Fecho os olhos e respiro fundo. Sinto a atmosfera me envolver. Sinto o cheiro da maresia como um amante do vinho degusta seu cabernet. Admiro a praia como um amante da arte admira seus quadros. Me emociono vendo o sol nascer assim como le petit prince se emociona vendo seu botão de rosa florar. Olho ao redor. Areia, pedra, água, vegetação, conchas. Sem prédios, sem máquinas, sem humanos, sem robotização. E lá onde parece acabar o mundo vejo feixes de luz. E lá onde parece ser o fim vejo um novo começo. Neste azul terrestre interminável vejo diversidade vital. Neste azul celeste interminável vejo diversidade divina. Me sinto protegido de todos os ângulos. Me sinto satisfeito em todos os lugares. E mesmo quando for impossível eu vou tornar possível. Sonhar, acreditar, criar. A receita é simples e acompanha a cereja do topo. O ar é rarefeito para quem quer se sufocar. A areia é movediça para quem não sai do lugar. Quem tem boca vai a roma, quem tem pernas vai a lua, quem tem imaginação vai a marte. O ditado "se maomé não vai até a montanha a montanha vai até maomé" não se concretiza na vida real. Extraia forças para vencer. A amizade e a família são as colunas que sustentam este alicerce.
Sem mais nem menos aposento este lápis e papel e deixo aqui esta lacuna. Não quero concluir nada. Quero que o tempo preencha o que me falta.


